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ANTONIA MORAIS

Tempo de leitura: 3 minutos

Antonia Morais

Misture o talento musical do cantor e compositor Orlando Morais com o da atriz Glória Pires e o resultado dessa genética está impresso na filha, a atriz, compositora e cantora Antonia Morais. Mais conhecida pelo trabalho na televisão, Antonia lançou no final do ano passado o seu segundo álbum, “Luzia 20.20”, que traz 7 faixas.  O nome “Luzia” é uma homenagem ao primeiro fóssil encontrado no Brasil, que foi quase totalmente destruído no incêndio do Museu Nacional. “Luzia 20.20” é um trabalho bem autoral, com muita personalidade e qualidade musical.

Artium: Antonia, como multiartista o que mais te preenche, compor e cantar ou atuar?

Antonia Morais: Ultimamente a minha carreira na música tem me seduzido mais, para mim não é viável fazer as duas coisas ao mesmo tempo, então eu escolho a que está fazendo mais sentido para mim no momento. Ultimamente é a música.

Artium: Sendo de uma família de artistas, impossível não perguntar qual a influência deles na sua carreira?

Antonia Morais: Acho que o fato de ter crescido acompanhando a carreira deles nos bastidores, a rotina de trabalho, o meio artístico. Isso fez com que as duas áreas se tornassem muito familiares para mim.

Artium: Desde seu primeiro álbum, você tem uma forte influência da música eletrônica, embora em “Luzia 20.20” você traga muitos elementos melódicos, inclusive mesclando MPB, entre outros estilos. Quais são suas referências? De onde você tirou inspiração para este último trabalho?

Antonia Morais: Minhas referências foram subjetivas e inconscientes. Não mirei em ninguém especificamente. Eu estava com vontade de fazer um som mais condizente com as paisagens do Brasil, então pensava em artistas que escutei a vida toda. Põe aí um João Gilberto, um Caetano, um Orlando Morais, kkk.

 Artium: Qual o seu envolvimento na produção do disco? Você também toca algum instrumento?

Antonia Morais: Em “Luzia 20.20” eu compus todas as letras e a maior parte das melodias. Eu participo de tudo. Minha música é muito fiel a mim, então embora eu divida com pessoas extremamente talentosas e criativas, a palavra final é sempre minha. Mas eu sei escutar também, porque confio no talento das pessoas que eu escolho. Sim, toco piano e estou fazendo aula de guitarra.

 Artium: No clipe “Santa Máquina”, no meio de uma natureza exuberante, você parece estar confrontando duas forças. É isso mesmo?

Antonia Morais: É isso mesmo. Porém, hoje em dia teria feito um clipe diferente. Não pelo significado do clipe, mas naquela época eu ainda não tinha entendido a minha linguagem visual e a minha estética. Ficou entre uma coisa e outra.

 Artium: Em contrapartida, “Xilíks” traz uma paisagem bem urbana. Onde ele foi gravado? Fale um pouco sobre o clipe.

Antonia Morais: Foi filmado em Brasília onde eu estava passando minha quarentena. Quis trazer uma paisagem mais horizontal, geométrica e foi dirigido pelo Helder Fruteira, que é de Brasília. Eu tinha visto um vídeo dele de skate e eu adorei.

Artium: O álbum foi produzido durante a pandemia. Quais foram os maiores desafios que o momento trouxe para o seu trabalho?

Antonia Morais: Não encaro como dificuldades, mas como uma nova condição.

Para mim, embora me faça a pessoa mais feliz do mundo, nunca é fácil ou simples fazer música. Eu sou muito exigente, detalhista e não faço nada por fazer. Produzir a distância, acompanhar a mix era complicado, existe muita falha de comunicação. Mas deu tudo certo. Finalizamos “Luzia 20.20” a distância, cada um confinado na sua casa.

Artium: Falando de produção solitária em casa, no seu primeiro álbum “Milagros”, de 2015, você compôs, produziu e gravou no seu quarto e você tinha apenas 19 anos. De onde veio essa ideia?

Antonia Morais: Nem eu sei, kkk. Foi uma necessidade de expressão. Eu não queria participação ou interferência de ninguém. Era muito pessoal e solitário.

Eu precisava encontrar meu som, meu barulho e colocar muitas coisas para fora sem lapidar.

Artium: De “Milagros” para “Luzia 20.20”, o que mudou em você como artista?

Antonia Morais: Sinto que amadureci como artista e como mulher, me aceitei mais como cantora e compositora. Foram duas fases de vida muito diferentes.

Artium: Se você tivesse que escolher uma das canções do último disco para representar o seu momento atual, qual seria e por quê?

Antonia Morais: Elas não representam mais meu momento atual, eu estou em outra fase agora. Acho que as que estou produzindo atualmente vão dizer mais sobre o meu presente.

Artium: Para finalizar, fale dos seus próximos projetos.

Antonia Morais: Tenho o vinil de “Luzia 20.20” para lançar no meio deste ano, ele vai ter uma música inédita. Vou fazer um show virtual para o lançamento, e serei acompanhada pelo DJ e produtor musical Zopelar. Estamos rearranjando todas as músicas de “Luzia 20.20”. Tenho dois shows marcados para o final desse ano no Festival Rock The Mountain, mas não sei como vai acontecer por conta da pandemia. E estou trabalhando no meu novo álbum, que será lançado em janeiro do ano que vem.

Site: https://www.luzia2020.com/

Agradecimentos a: Perfexx Assessoria | www.perfexx.com.br

Entrevista: Camila Bardini.

Fotos: Arquivo pessoal.

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